Já teve um cachorro? Bem-vindo ao mundo de John Grogan, o autor de Marley & Eu, e também dono de Marley, o pequeno Labrador que cresceu até se tornar um membro de 95 quilos da sua família. Marley pode revelar-se difícil e frustrante, no entanto, e esta é a questão central do livro: devem os Grogan ver-se dos livres do cão por causa do seu comportamento tantas vezes destrutivo? Esta questão mantem-se ao longo da história e vai mantê-lo a si agarrado ao livro.
Marley & Eu pinta um quadro vívido. É uma história sobre um cachorrinho traquinas e leal que se transforma num cão traquinas e leal. Numa tarde de sábado, numa viagem de carro com as janelas abertas, Marley decide saltar para fora e dar um passeio. Esta é uma das muitas formas como Marley se mete em sarilhos diariamente.
O que é que o Marley tem que nunca perde? – A verdadeira magia deste livro
Por mais travesso que Marley seja, uma coisa nunca vacila: a sua lealdade. Quando acontecem coisas na vizinhança, Marley é o cão de guarda perfeito.
Marley torna-se parte da família à medida que os papéis mudam e a família cresce, e Grogan faz um excelente trabalho mostrando o laço que um homem e um cão podem partilhar. Para Grogan, Marley não é apenas um cão, mas um dos seus melhores amigos, alguém com quem vive a vida. Durante a jornada de ambos, desenvolvem uma amizade comovente e sincera, repleta de diversão, alegria, frustração e amor.
Marley & Eu é um livro que recomendaria a todos. Possui um final tocante e demonstra a ligação entre um cão leal e um dono afetuoso. Grogan e a sua família amam aquele cachorro, e Marley é um cão que nunca irá esquecer.
John Grogan, autor do best-seller autobiográfico do New York Times Marley & Eu, quando questionado o que pensa de Owen Wilson que interpretou Grogan na adaptação cinematográfica do livro, faz uma pausa.
“Ele tinha a estranha capacidade de entrar na minha pele”, diz Grogan, rindo. “Compreendeu perfeitamente como me comporto como marido.”
Falando numa sessão completamente lotada esta semana no Trinity College, em Dublin, Grogan deposita uma pincelada colorida na arte de narrar de histórias como forma de coroar a sua participação académica de duas semanas.
A noite começa com Grogan partilhando trechos de Marley & Eu, parando em diferentes cenas para proporcionar um contexto expressivo não incluído no livro.
Entre os destaques da sua narrativa está uma anedota comovente – embora hilariante – sobre quando encontrou o seu vetusto Labrador Retriever amarelo a comer restos de sandes de pratos na mesa da cozinha.
Suspeitando que Marley se havia tornado cada vez mais obstinado ou surdo nos últimos anos, Grogan chamou o nome do cão várias vezes sem obter qualquer resposta. Marley pensava que estava sozinho na sala.
Grogan fez uma festa a Marley, o que fez com que o cão desse um salto. Ao breve momento de divertimento logo se seguiu a consciência de que o seu Labrador amarelo estava de fato nos últimos anos, enchendo o autor de tristeza.
A anedota capta tanto a alegria como o desgosto de ter um animal de estimação; a tristeza de que estes vivem apenas uma fração da vida humana.
Lágrimas escorrem pelos rostos dos membros da plateia, provando que Grogan toca num tema universal – um objetivo fundamental para os narradores de histórias baseadas em factos reais.
“Sempre pensei que se escrevesse um livro tinha que ser uma grande história”, diz ele. “Não sabia que estava literalmente deitada, junto aos meus pés, na minha casa.”
Na discussão seguinte com a autora e diretora do TCD de M. Phil em escrita criativa, Deirdre Madden aponta como Grogan – um ex-jornalista – enfatiza a importância das memórias e da crónica na escrita narrativa.